segunda-feira, 13 de outubro de 2008


Por nossa Colaboradora Bel:

Ai, quem me dera


Ai quem me dera, terminasse a espera
E retornasse o canto simples e sem fim...
E ouvindo o canto se chorasse tanto
Que do mundo o pranto se estancasse enfim

Ai quem me dera percorrer estrelas
Ter nascido anjo e ver brotar a flor
Ai quem me dera uma manhã feliz
Ai quem me dera uma estação de amor



Ah! Se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem ser casais



Ai quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afins
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim


Ai quem me dera ouvir o nunca mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E finda a espera ouvir na primavera
Alguém chamar por mim...










REFERÊNCIA: Vinícius de Moraes em Cancioneiro Obras Completas de 1998

Um comentário:

Unknown disse...

Ai quem me dera Bel... Falei um pouco disso no meu post da semana...
""Ah... quem dera eu, pudesse voltar a ser criança! Para manter meu coração vazio das maldades e lotado das alegrias que a vida é capaz de proporcionar. Brincar, sorrir, cantar e não me preocupar com quem está olhando. Transpirar sinceridade e não ter medo de magoar com as verdades ditas pela honestidade, tendo a certeza de ser perdoada. Deter o poder do encantamento na simplicidade... este, que é um dom inerente à personalidade infantil. Oh... quem me dera! Estar consciente do querer e ter a força insistente do conseguir, seja pelo charminho do pedido delicado, ou pela vitória do cansaço. Ser egoísta. Gritar e chorar ao mundo o que me incomoda, demonstrando a praticidade na coragem de ser feliz.""

Um beijo grande à vc..