terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Colabaroção de Coccienelle




O SONHO
(Pedro Ayres Magalhães)

Quem contar
um sonho que sonhou
não conta tudo que encontrou
Contar um sonho é proibido

Eu sonhei
um sonho com amor
e uma janela e uma flor
uma fonte de água e o meu amigo

E não havia mais nada...
só nós, a luz e mais nada...
Ali morou o amor

Amor,
que trago em segredo
num sonho que não vou contar
e cada dia é mais sentido

Amor,
eu tenho um amor bem escondido
num sonho que não sei contar
e guardarei sempre comigo.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Ei, Pessoa!







Quando Fecho os Olhos
( Chico César/Carlos Rennó)



E aí você surgiu na minha frente,


E eu vi o espaço e o tempo em suspensão.Adicionar imagem


Senti no ar a força diferente


De um momento eterno desde então.


E aqui dentro de mim você demora;


Já tornou-se parte mesmo do meu ser.


E agora, em qualquer parte, a qualquer hora,


Quando eu fecho os olhos, vejo só você.


E cada um de nós é um a sós,


E uma só pessoa somos nós,


Unos num canto, numa voz.


O amor une os amantes em um ímã,


E num enigma claro se traduz;


Extremos se atraem, se aproximam


E se completam como sombra e luz.


E assim viemos, nos assimilando,


Nos assemelhando, a nos absorver.


E agora, não tem onde, não tem quando:


Quando eu fecho os olhos, vejo só você.


E cada um de nós é um a sós,


E uma só pessoa somos nós,


Unos num canto, numa voz.

Para a vida que Anda Louca!! PAZ!!




Onde Deus Possa Me Ouvir
(Vander Lee)

Sabe o que eu queria agora, meu bem...?

Sair chegar lá fora e encontrar alguém

Que não me dissesse nada

Não me perguntasse nada também

Que me oferecesse um colo ou um ombro

Onde eu desaguasse todo desengano

Mas a vida anda louca

As pessoas andam tristes

Meus amigos são amigos de ninguém.

Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?

Morar no interior do meu interior

Pra entender porque se agridem

Se empurram pro abismo

Se debatem, se combatem sem saber

Meu amor...Deixa eu chorar até cansar

Me leve pra qualquer lugar

Aonde Deus possa me ouvir

Minha dor...Eu não consigo compreender

Eu quero algo pra beber

Me deixe aqui pode sair.

Adeus...



Socorro
(Arnaldo Antunes)

Socorro!

Não estou sentindo nada

Nem medo, nem calor, nem fogo

Não vai dar mais pra chorar

Nem pra rir...Socorro!

Alguma alma

Mesmo que penada

Me empreste suas penas

Já não sinto amor, nem dor

Já não sinto nada...Socorro!

Alguém me dê um coração

Que esse já não bate

Nem apanhaPor favor!

Uma emoção pequena

Qualquer coisa!

Qualquer coisaQue se sinta...Tem tantos sentimentos

Deve ter algum que sirva

Qualquer coisa

Que se sintaTem tantos sentimentos

Deve ter algum que sirva...Socorro!

Alguma rua que me dê sentido

Em qualquer cruzamento

Acostamento, encruzilhada

Socorro!

Eu já não sinto nada...Socorro!

Não estou sentindo nada

Nem medo, nem calor, nem fogo

Nem vontade de chorarNem de rir...Socorro!

Alguma almaMesmo que penada

Me empreste suas penas

Já não sinto amor, nem dor

Já não sinto nada...Socorro!

Alguém me dê um coração

Que esse já não bate

Nem apanhaPor favor!

Uma emoção pequena

Qualquer coisa!

Qualquer coisa

Que se sinta...Tem tantos sentimentos

Deve ter algum que sirva

Qualquer coisaQue se sinta

Tem tantos sentimentos

Deve ter algum que sirva...

Trago Clarice Lispector para desejar Feliz Aniversário a uma nova amiga!! Uma Amazona, mulher guerreira!! Parabéns Hipólita!!



Lindinha!!
Desejo a você muita sorte e muita saúde hoje e sempre!!
Foi uma grande prazer conhecer você, moça!!
Beijos no coração!!

Mas há a vida
(Clarice Lispector)

Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida, há o amor.


Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.


http://zezepina.utopia.com.br/poesia/poesia041.html

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Colaboração de Bel.




Corridinho


O amor quer abraçar e não pode.
A multidão em volta,

com seus olhos cediços,

põe caco de vidro no muro

para o amor desistir.

O amor usa o correio,

o correio trapaceia,

a carta não chega,

o amor fica sem saber se é ou não é.

O amor pega o cavalo,

desembarca do trem,

chega na porta cansado

de tanto caminhar a pé.

Fala a palavra açucena,

pede água, bebe café,

dorme na sua presença,

chupa bala de hortelã.

Tudo manha, truque, engenho:

é descuidar, o amor te pega,

te come, te molha todo.

Mas água o amor não é.


REFERÊNCIA: ADÉLIA PRADO em Poesia Reunida 1991 pág. 181

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Contribuição de Coccinelle para o Natal de Bienvenue-Ami.





Poema do Menino Jesus
(Fernando Pessoa na pessoa do Alberto Caeiro – O guardador de Rebanhos)

Num meio dia de fim de primavera
Tive um sonho como uma fotografia
Vi Jesus Cristo descer à terra,
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.


Tinha fugido do céu,
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu era tudo falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras,
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem


E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque não era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.


Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!


Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três,
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz


E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu pelo primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz no braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras nos burros,
Rouba as frutas dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.


A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as cousas,
Aponta-me todas as cousas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.


Diz-me muito mal de Deus,
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar no chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia,
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.


Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que as criou, do que duvido" -
"Ele diz, por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
mas os seres não cantam nada,
se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres".
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.
..........................................................................

Ele mora comigo na minha casa a meio do outeiro.
Ele é a Eterna Criança, o deus que faltava.
Ele é o humano que é natural,
Ele é o divino que sorri e que brinca.
E por isso é que eu sei com toda a certeza
Que ele é o Menino Jesus verdadeiro.
E a criança tão humana que é divina
É esta minha quotidiana vida de poeta,
E é porque ele anda sempre comigo que eu sou poeta sempre,
E que o meu mínimo olhar
Me enche de sensação,
E o mais pequeno som, seja do que for,
Parece falar comigo.


A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E a outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é o de saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.


A Criança Eterna acompanha-me sempre.
A direcção do meu olhar é o seu dedo apontando.
O meu ouvido atento alegremente a todos os sons
São as cócegas que ele me faz, brincando, nas orelhas.
Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos a dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.


Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.


Depois eu conto-lhe histórias das cousas só dos homens
E ele sorri, porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos-mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade


Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do sol
A variar os montes e os vales,
E a fazer doer aos olhos os muros caiados.
Depois ele adormece e eu deito-o
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo-o lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.


Ele dorme dentro da minha alma
E às vezes acorda de noite
E brinca com os meus sonhos,
Vira uns de pernas para o ar,
Põe uns em cima dos outros
E bate as palmas sozinho
Sorrindo para o meu sono.
.................................................................................

Quando eu morrer, filhinho,
Seja eu a criança, o mais pequeno.
Pega-me tu no colo
E leva-me para dentro da tua casa.
Despe o meu ser cansado e humano
E deita-me na tua cama.
E conta-me histórias, caso eu acorde,
Para eu tornar a adormecer.
E dá-me sonhos teus para eu brincar
Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.
....................................................................................

Esta é a história do meu Menino Jesus,
Por que razão que se perceba
Não há de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam?

Para vocês!!




Saudade...



"Um dia a maioria de nós irá se separar.

Sentiremos saudades de todasas conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos.

Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.

Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.

Hoje não tenho mais tanta certeza disso.

Em breve cada um vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar quem sabe...... nos e-mails trocados.

Podemos nos telefonar conversar algumas bobagens....Aí os dias vão passar, meses...anos... até este contato tornar-se cadavez mais raro.

Vamos nos perder no tempo....Um dia nossos filhos verão aquelas

fotografias e perguntarão? Quem são aquelas pessoas?

Diremos...Que eram nossos amigos. E...... isso vai doer tanto!

Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito.Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente......Quando o nosso grupo estiver incompleto... nos reuniremos para um último adeus de um amigo. E entre lágrima nos abraçaremos.

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado.

E nos perderemos no tempo.....Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo : não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades não sejam a causa de grandes

tempestades....Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os

meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"




HOJE ME DEI CONTA



Hoje me dei conta de que as pessoas vivem a esperar por algo

E quando surge uma oportunidade

Se dizem confusas e despreparadas,

Sentem que não merecem,

Que o tempo certo ainda não chegou,

E a vida passa e os momentos se acumulam

Como papéis sobre uma mesa.

Estamos nos preparando para qualquer coisa

Mas ainda não aprendemos a viver,

A arriscar por aquilo que queremos,

A sentir aquilo que sonhamos.

E assim adiamos nossos dias

E nossas vidas por tempo indeterminado

Até que a vida se encarregue de decidir por nós mesmos,

E percebemos o quanto perdemos

E o tanto que poderíamos ter evitado.Como somos tolos em nossos pensamentos limitados,

Em nossas emoções contidas,

Em nossas ações determinadas.

O ser humano se prende em si mesmo

Por medo e desconfiança vive como coisa

Num mundo de coisas

O tempo esperado é o agora,o hoje tem o nome de "presente" porque é isso que ele é.

Sua consciência lhe direciona,

Seus sentidos lhe alertam,

E suas emoções não mais são desprezadas.

Antes que tudo acabe é preciso fazer iniciar,

É preciso saber reiniciar mesmo com dor e sofrimento,

Antes arriscar do que apenas sonhar,

Ou o pior: ficar esperando...




" Soneto da Separação"



De repente do riso fez-se o pranto

Silencioso e branco como a bruma

E das bocas unidas fez-se a espuma

E das mãos espalmadas fez-se o espanto.




De repente da calma fez-se o vento

Que dos olhos desfez a última chama

E da paixão fez-se o pressentimento

E do momento imóvel fez-se o drama.




De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez amante

Fez-se de triste o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante.



Fez-se da vida uma aventura errante

De repente, não mais do que de repente.



Quero ser teu amigo


Quero ser teu amigo

Nem demais e nem de menos

Nem tão longe e nem tão perto

Na medida mais precisa que eu puder

Mas amar-te como próximo, sem medida,

E ficar sempre em tua vida

Da maneira mais discreta que eu souber

Sem tirar-te a liberdadeSem jamais te sufocar

Sem forçar a tua vontade

Sem falar quando for a hora de calar

E sem calar quando for a hora de falar

Nem ausente nem presente por demais,

Simplesmente, calmamente, ser-te paz.

É bonito ser amigo,Mas confesso,

É tão difícil aprender,Por isso, eu te peço paciência

Vou encher este teu rostoDe alegrias, lembranças!
Dê-me tempoDe acertar nossas distâncias!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Por Nossa Colaboradora Bel 2 Poemas


Depois das merecidas férias litorâneas!!
Ela volta ao lar!!
Bem vinda minha Linda Amiga e o espaço é todo seu!!



Digo Sim


Poderia dizer
que a vida é bela, e muito,
e que a revolução caminha com pés de flor
nos campos de meu país,
com pés de borracha
nas grandes cidades brasileiras
e que meu coração
é um sol de esperanças entre pulmões
e nuvens
Poderia dizer que meu povo
é uma festa só na voz
de Clara Nunes
no rodar
das cabrochas no carnaval
da Avenida.
Mas não. O poeta mente.
A vida nós a amassamos em sangue
e samba
enquanto gira inteira a noite
sobre a pátria desigual. A vida
nós a fazemos nossa
alegre e triste, cantando
em meio à fome
e dizendo sim
- em meio à violência e a solidão dizendo sim -
pelo espanto da beleza
pela flama de Tereza
pelo meu filho perdido
neste vaso continente
por Vianinha ferido
pelo nosso irmão caído
pelo amor e o que ele nega
pelo que dá e que cega
pelo que virá enfim,
não digo que a vida é bela
tampouco me nego a ela:
-digo sim


Ferreira Gullar em Na vertigem do dia. 1980




A primeira vez que entendi


A primeira vez que entendi do mundo
alguma coisa
foi quando na infância
cortei o rabo de uma lagartixa
e ele continuou se mexendo.
De lá pra cá
fui percebendo que as coisas permanecem
vivas e tortas
que o amor não acaba assim
que é difícil extirpar o mal pela raiz.
A segunda vez que entendi do mundo
alguma coisa
foi quando na adolescência me arrancaram
do lado esquerdo três certezas
e eu tive que seguir em frente.
De lá pra cá
aprendi a achar no escuro o rumo
e sou capaz de decifrar mensagens
seja nas nuvens
ou no grafite de qualquer muro.


Referência: Affonso Romano de Sant´anna em Vestígios de 2005

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

De Coccinelle para Bienvenue-Ami.



O MUNDO É GRANDE
(Carlos Drummond de Andrade)

O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.

(do livro AMAR SE APRENDE AMANDO)

Protesto contra a Censura no Blogger

Por Mari no LESBOSFERA.


Lesblogueiras,

Vocês andam acompanhando a discussão sobre a censura indiscriminada aos blogs lésbicos pelo Blogger / Blogspot. Caso ainda não estejam inteiradas sobre o assunto, basta clicar aqui, aqui e aqui.

Estamos dando início a um abaixo-assinado protestando contra a exclusão e censura de nossos blogs, sem razões justificadas. Os blogs censurados não infringem a Política de Conteúdo do Blogger nem os Termos de Serviço do Blogger.

Nossos blogs são censurados porque falamos do amor entre mulheres? Por que colocamos fotos de mulheres se beijando ou se acarinhando? É essa a razão? E os blogs heteros? Fotos de casais heteros são permitidas? Contos, textos ficcionais e poesias homoeróticas também estão sendo censurados!!

Se assim fosse, o que seria de escritores como Anais Nin, Henry Miller, Hilda Hist, D. H. Lawrence, Vladimir Nabokov e outros que se consagraram com maravilhosos livros de literatura erótica?

Não somos contra a censura de blogs que promovem a Pedofilia, a Zoofilia, a Discriminação, a Violência, o Racismo, entre outros. Que não respeitam os direitos autorais e nem publicam as fontes utilizadas nos textos.

Porém toda e qualquer punição do Blogger é atribuída à reclamação de usuários. Reclamações que nunca foram feitas para as autoras dos blogs, pessoamente. A política do Blogger é a de excluir ou censurar um blog a partir do momento que ocorre uma reclamação? Não há contato com a autora do blog, uma mensagem de advertência, nada? Simplesmente, o blog em questão tem sorte se não é excluído prontamente. Perde-se todo o trabalho feito ao longo do tempo. Além dos contatos, links, widgets, etc.

O que queremos é que o Blogger / Blogspot não ceda à pressões / reclamações homofóbicas para tirar do ar, blogs com conteúdo lésbico, em um ato de discriminação e desrespeito a liberdade de expressão da homoafetividade.

Para participar da nossa campanha, clique aqui e assine o abaixo-assinado.

A seguir, coloque em seu blog o selo da campanha.

Divulgue por toda a internet!!




Atenção: o selo foi feito para adaptar-se a qualquer cor e fundo do blog. Quando for colocado, ele irá aparecer com a cor do fundo da sua página.

A url do abaixo-assinado é: http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/3338

Cole na sua página!!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Colabaroção de Paula. Dedicado a Papillon.



A vida são deveres que trouxemos para fazer em casa.


Quando se vê, já são seis horas...
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, já não sabemos mais por onde andam nossos amigos.
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, passaram-se 50 anos.


Agora é tarde demais para ser reprovado.


Se me fosse dado um dia, uma oportunidade, eu nem olhava o relógio.Adicionar imagem
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.
Seguraria todos os meus amigos, que já não sei onde e como estão, e diria: vocês são extremamente importantes para mim.


Seguraria o meu amor, que está, há muito, à minha frente e diria: Eu te amo.


Desta forma, eu digo: não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo.Não deixe de ter agluém ao seu lado, ou de fazer algo por puro medo de ser feliz.A única falta que terá, será desse tempo que infelizmente...não voltará mais.







Mario Quintana.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Colaboração de Bel!! Ah! Ainda de férias!!



NINGUÉM

Ninguém se engane se soar a hora,
se todos os relógios, de repente,
gaguejarem nem sei que dor fremente
que nunca veio e não se foi embora.


Ninguém se engane se souber quem chora,
que um grande choro convulsivo e quente
virá das coisas como espada ardente
atravessando a carne ontem, agora.


Ninguém se engane se dos seus papéis,
dos seus livros inertes, um lamento
terrível se levante como um vento
de maldição e de intenções cruéis.


Tudo, a este instante, é como um grande grito
quase a romper as cercas do infinito.


REFERÊNCIA: Alphonsus de Guimaraens Filho em Só a Noite é que Amanhece — Poemas Escolhidos e Versos Esparsos, de 2003.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Colabaroção de Coccienelle





Quero dedicar esse Poemeto Erótico do Manuel Bandeira a ela que brilha, que fascina e que cheira feito uma flor de laranjeira em botão. Ela que tem pela macia e mora no meu coração. Para você Peh Noir, de Coccinelle.

Poemeto Erótico
(Manuel Bandeira)

Teu corpo claro e perfeito,
- Teu corpo de maravilha
Quero possuí-lo no leito
Estreito da redondilha...

Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa... flor de laranjeira...
Teu corpo branco e macio
É como um véu de noivado...

Teu corpo é pomo doirado...
Rosal queimado do estio,
Desfalecido em perfume...
Teu corpo é a brasa do lume...

Teu corpo é chama e flameja
Como à tarde os horizontes...
É puro como nas fontes
A água clara que serpeja,
Que em cantigas se derrama...
Volúpia de água e da chama...

A todo momento o vejo...
Teu corpo... a única ilha
No oceano do meu desejo...

Teu corpo é tudo o que brilha,
Teu corpo é tudo o que cheira...Rosa, flor de laranjeira...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Bel, a colaboradora em férias!! Mas, continua colaborando!!! Boas férias Belzinha!!


TEMPO DE PERDER

Algo nos falta
E já não sabemos o quê.

Vestimo-nos
Com a nossa melhor camisa,
Calçamos sapatos novos,
Ainda podemos correr
Como se houvéssemos
Vinte anos a menos.

Mas estamos doentes.

Pensamos sem amor,
Sentimos sem amor,
E toda a intrepidez do mar
É apenas o nosso rugir de dentes.

As pernas estão nuas,
Os braços estão nus,
Acabou-se o mistério.

À mesa do jantar,
Não há mais comunhão.
Vamos juntos ao teatro
E talvez não retornemos.

Na penumbra do acaso,
Os massacres acontecem.
O tempo arde, o tempo urge:
Somos os sobreviventes.


REFERÊNCIA: Mariana Ianelli em Fazer Silêncio de 2005

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Colabaroção de Coccienelle


Uma canção do Chico Buarque e do Ruy Guerra para a peça Calabar. Adoro essa música. Principalmente as estrofes cinco e seis. Amo paixões vadias. A Simone e a Gal Costa fazendo dueto é tudo de lindo.


Bárbara(Chico Buarque - Ruy Guerra)


Bárbara, Bárbara


Nunca é tarde, nunca é demais

Onde estou, onde estás

Meu amor, vem me buscar


O meu destino é caminhar assim

Desesperada e nua

Sabendo que no fim da noite serei tua


Deixa eu te proteger do mal, dos medos e da chuva

Acumulando de prazeres teu leito de viúva


Bárbara, Bárbara

Nunca é tarde, nunca é demais

Onde estou, onde estás

Meu amor vem me buscar


Vamos ceder enfim à tentação das nossas bocas cruas

E mergulhar no poço escuro de nós duas


Vamos viver agonizando uma paixão vadia

Maravilhosa e transbordante, feito uma hemorragia


Bárbara, BárbaraNunca é tarde, nunca é demais

Onde estou, onde estásMeu amor vem me buscar