quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Por Nossa Colaboradora Bel 3 Poemas





Se ela quisesse


Se ela tivesse
A coragem de morrer de amor
Se não soubesse
Que a paixão traz sempre muita dor
Se ela me desse
Toda devoção da vida
Num só instante
Sem momento de partida

Pudesse ela me dizer
O que eu preciso ouvir
Que o tempo insiste
Porque existe um tempo que há de vir
Se ela quisesse, se tivesse essa certeza
De repente, que beleza
Ter a vida assim ao seu dispor
Ela veria, saberia que doçura
Que delícia, que loucura
Como é lindo se morrer de amor
REFERÊNCIA: Vinícius de Moraes em Poesia Completa e Prosa “Cancioneiro” editora nova aguilar 1998



CONFISSÃO

Sejamos sinceros,
meu bem,
dispamos o pijamadas mitologias:
a eternidade não conhece o amor.



O amor também não sabe
verdadeiramente
o que é o amor


e, no fundo, nós nunca acreditamos muito
em parto
sem dor.

REFERÊNCIA: Iacyr Anderson Freitas em A soleira e o Século 2002



LXII


Que as barcaças do Tempo me devolvam
A primitiva urna de palavras.
Que me devolvam a ti e o teu rosto
Como desde sempre o conheci: pungente
Mas cintilando de vida, renovado
Como se o sol e o rosto caminhassem
Porque vinha de um a luz do outro.


Que me devolvam a noite, o espaço
De me sentir tão vasta e pertencida
Como se as águas e madeiras de todas as barcaças
Se fizessem matéria rediviva, adolescência e mito.
Que eu te devolva a fome do meu primeiro grito.


REFEFÊCIA: Hilda Hist em Amavisse de 1989

Um comentário:

Peh Noir disse...

Tenho algo a dizer sobre a minha experiência na leitura deste blog delicioso...

Bel está me impressionando. Fato.