quarta-feira, 24 de setembro de 2008

É preciso não esquecer nada .
(Cecília Meireles)

É preciso não esquecer nada: nem a torneira aberta nem o fogo aceso, nem o sorriso para os infelizes nem a oração de cada instante.

É preciso não esquecer nada


É preciso não esquecer de ver a nova borboleta nem o céu de sempre.

O que é preciso é esquecer o nosso rosto, o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos, a idéia de recompensa e de glória.

O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco,
pois o resto não nos pertence.

2 comentários:

Anônimo disse...

Poxa Papillon assim não vale... mais uma de Cecília !!! Adoro!!! Você acaba com meu pobre coraçãozinho..
Veja "ser como se já não fôssemos ...o resto não nos pertence"
É a pura verdade ando um pouco apegada a idéias que quero esquecer permitir novas formas de pensar!!!
A chave hummm esquecer!! Pena minha memória ser ótima!!!

bjs

Charlotte disse...

"É preciso esquecer de mim pra não lembrar de vc..."
Grata sempre serei a ti... Tenho conhecido tanto através destes poemas...têm me feito discutir com meu "EU"... e discursar para outrem...Obrigada por me apresentar Cecília...Ela era só uma conhecida...já não o é mais agora...