domingo, 31 de agosto de 2008


Luíz de Camões


Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer.


É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que se ganha em se perder.


É querer estar preso por vontade. É servir a quem vence o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.


Mas como causar pode seu favorNos corações humanos amizade;Se tão contrário a si é o mesmo amor?

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