quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O Filme: Como Estrelas na Terra Toda Criança é Especial




Você sabe o que é ser EDUCADOR ?
Sabe o SIGNIFICADO da palavra CUIDAR ?
Reconhece a palavra DIVERSIDADE ?
Entende a palavra RESPEITO?
Concorda que cada pessoa tem UM RITMO DIFERENTE ?
Qual o papel da ARTE, do AMOR, da SENNSIBILIDADE, da IMAGINAÇÃO e da criatividade na EDUCAÇÃO?

Não quero sua resposta mas tenho uma sugestão:
Veja o filme Indiano: Como Estrelas na Terra Toda Criança é Especial

EMOCIONANTE! EMOCIONANTE! EMOCIONANTE!

Esse filme mostra que alguém já pensou sobre todas essas questões aqui colocadas.
Poderemos trocar ideias sobre essas e outras questões depois que você
assistir ao filme: Como Estrelas na Terra Toda Criança é Especial ( Taare Zameen Par - every Child is special).


Que filme incrível! Que filme atual! Que filme real!

Minha vontade assim que acabei de assistir o filme foi divulgar para todo mundo que, como eu, trabalha com educação.

Você já ouviu falar em DISLEXIA?
Não? Então assista o filme!!!
Já? Então assista o filme!!!

É mesmo uma reação indescritível...mistura de emoções...dor, prazer.... Um filme que me fez chorar, sofrer, encantar...e acreditar que tudo é possível!!

O não reconhecimento, o não acreditar e o desrespeito com as diferenças é o que torna o processo de educar cada vez mais difícil...ISSO TEM QUE MUDAR!

Esse filme mostra que ter um olhar cuidadoso e sem julgamento pode mudar o destino de muitos pessoas e tornar o aprender prazeroso....

Como Estrelas na Terra Toda Criança é Especial deve fazer parte do currículo mínimo para formação de educador....educar é perceber as diferenças, é respeitar as diferenças.

O verdadeiro papel de um educador é a formação de um novo ser humano. Mas como isso é possível SEM OLHAR AS DIFERENÇAS, SEM NOTAR AS DIFERENÇAS, SEM INCLUIR AS DIFERENÇAS ?????

Ganhei de minha amiga Sandra Lemos esse presente e quero FAZER PARTE na divulgação desse TESOURO PARA EDUCAÇÃO. Tenho a certeza que cada pessoa que assistir ao filme vai APRENDER A OLHAR O MUNDO DE UMA OUTRA MANDEIRA OU SEJA DE UMA MANEIRA DIFERENTE! (Por: Gina Carla Reis).





Mas especificamente, neste caso, o que é dislexia, como identificar e quais as medidas a serem adotadas?

Dislexia é uma palavra grega que quer dizer distúrbio de linguagem e tem como principais características dificuldades na leitura, escrita, soletramento de palavras e compreensão do que se lê. Apesar de não haver um consenso dos cientistas sobre as causas da dislexia, pesquisas recentes apontam fortes evidências neurológicas para a dislexia. Vários pesquisadores sugerem uma origem genética para a dislexia. Outro fator que vem sendo estudado é a exposição do feto a doses exageradas de testosterona, hormônio masculino, durante a sua formação in-útero no ramo de estudos da teratologia; nesse caso a maior incidência da dislexia em pessoas do sexo masculino seria explicada por abortos naturais de fetos do sexo feminino durante a gestação. Segundo essas teorias, a dislexia pode ser explicada por causas físico-químicas (genéticas ou hormonais) durante a concepção e a gestação, dando uma explicação sobre os motivos de haver, aproximadamente, 4 pessoas disléxicas do sexo masculino para 1 do sexo feminino. Segundo essa abordagem da dislexia, ela é uma condição que manifesta-se por toda a vida não havendo cura. Em alguns casos remédios e estratégias de compensação auxiliam os disléxicos a conviver e superar suas dificuldades com a linguagem escrita.
É um problema que quanto mais cedo for detectado, melhor. "Assim há a possibilidade de uma intervenção terapêutica e você pode ajudar a criança a se desenvolver melhor, sendo capaz de driblar as dificuldades e desenvolver novas habilidades que possam fazer com que ela não sofra tanto na escola ou em outras situações nas quais depende da leitura e escrita", indica o orientador educacional, fundador e membro da diretoria da ABD (Associação Brasileira de Dislexia), Mário Ângelo Braggio.
Como é uma dificuldade de aprendizagem perceptual, pode ser de natureza mais visual, auditiva ou mista. E, além disso, é dividida em três graus: leve, moderado e severo. Esses são rótulos que são atribuídos apenas pela necessidade de se dar um nome para aquilo que a pessoa tem. Mas quando se analisa cada caso, se vê que, além dessas características, também é necessário considerar a pessoa em si: história de vida, meio em que vive, ambiente do qual vem, oportunidades que teve, estímulo que recebe.A professora do mestrado em Educação da Univali (Universidade do Vale do Itajaí) Elisabeth Caldeira explica que diferente das "dislexias desenvolvimentais", ou seja, aquelas ligadas a uma perturbação específica do reconhecimento visual das palavras - na ausência de qualquer atraso intelectual da criança -, as "dislexias adquiridas apresentam origem neuropsicológica.

O Papel do Professor:


Como é uma síndrome geralmente detectada na infância, o papel do professor é muito importante, principalmente na fase da alfabetização. Perceber que está ocorrendo algo errado com determinado aluno é essencial para evitar traumas futuros. Porém o que muitas vezes acontece é a falta de conhecimento sobre a dislexia que pode trazer avaliações distorcidas. Esse quadro de dificuldade de leitura não tem cura, e acompanha uma pessoa por toda a vida, do ensino fundamental até o superior.
Nenhum professor precisa ser oftalmologista para notar que o estudante não está enxergando bem. O dia-a-dia da sala de aula mostra isso. O mesmo vale para a audição e outras deficiências, como a própria dislexia. O professor percebe que tal pessoa é inteligente, perspicaz, criativa, tem facilidade para fazer uma porção de coisas, no entanto, quando tem que ler, escrever ou entender o que leu, pronto, nem parece a mesma. Esses indícios são os mais significativos.
"Os professores e coordenadores pedagógicos têm que ter algum tipo de treinamento, alguma sensibilidade para detectar que é mesmo dislexia, para não falar que o aluno é folgado, vagabundo e não quer aprender", ressalta o professor de Leitura e Lingüística da UVA (Universidade Estadual Vale do Acaraú), Vicente Martins. "Ninguém enxerga aquilo que não conhece." A dislexia, além de causar dificuldade na leitura e na escrita pode trazer problemas emocionais e sérias conseqüências para toda a vida. Portanto, é preciso muito cuidado para não rotular seus portadores.
Quando se fala em dislexia, existem dois componentes que devem ser levados em conta: ler e compreender o texto. Quem tem dificuldade de leitura, tem problemas em ler um texto em voz alta e, conseqüentemente, em compreendê-lo. Para quem chega à graduação e passa por uma enxurrada de textos que são necessários para a compreensão e resposta de uma série de questionamentos das diversas disciplinas da grade curricular, é importante que os professores dêem uma orientação e atenção especial.

Confira, abaixo algumas atitudes simples que os docentes podem ter em sala de aula para evitar a exclusão do aluno disléxico:

Pré-Escola, pré-alfabetização:

Dificuldades mais identificadas :
1. -Aquisição tardia da fala
2. -Pronunciação constantemente errada de algumas sílabas
3. -Crescimento lento do vocabulário
4. -Problemas em seguir rotinas
5. -Dificuldade em aprender cores, números e copiar seu próprio nome
6. -Falta de habilidade para tarefas motoras finas (abotoar, amarrar sapato, ...)
7. -Não conseguir narrar uma história conhecida em seqüência correta
8. -Não memorizar nomes ou símbolos
9. -Dificuldade em pegar uma bola

Início do Ensino fundamental – Alfabetização

Dificuldades mais identificadas :
-fala
-aprender o alfabeto
-planejamento e execução motora de letras e números
-preensão do lápis
-motricidade fina e do esquema corporal.
-separar e seqüenciar sons (ex: p – a – t – o ).
-habilidades auditivas - rimas.
-discriminar fonemas de sons semelhantes: t /d; - g / j; - p / b.,
-diferenciação de letras com orientação espacial: d /b ;- d / p; - n /u; - m / u pequenas diferenças gráficas: e / a;- j / i;- n / m;- u /v.
-orientação temporal (ontem – hoje – amanhã, dias da semana, meses do ano).
-orientação espacial (lateralidade difusa, confunde a direita.
Início do Ensino fundamental
Dificuldades mais identificadas :
1. -atraso na aquisição das competências da leitura e escrita. Leitura silábica, decifratória. Nível de leitura abaixo do esperado para sua série e idade.
2. -soletração de palavras.
3. -ler em voz alta diante da turma.
4. -supressão de letras: cavalo /caalo;-. biblioteca/bioteca; - bolacha / boacha.
5. -Repetição de sílabas: pássaro / passassaro; camada / camamada.
6. -seqüência de letras em palavras Inversões parciais ou totais de sílabas ou palavras (ai-ia; per-pré; fla-fal; me-em).
7. -Fragmentação incorreta: o menino joga bola - omeninojo gabola.
8. -planejar, organizar e conseguir terminar as tarefas dentro do tempo.
9. -enunciados de problemas matemáticos e figuras geométricas.
10. -elaboração de textos escritos expressão através da escrita .
11. -compreensão de piadas, provérbios e gírias.
12. -seqüências como: meses do ano, dias da semana, alfabeto, tabuada. mapas.
13. -copiar do quadro.

Ensino Médio

Dificuldades mais identificadas:
1. Podem ter dificuldade em aprender outros idiomas.
2. -Permanência da dificuldade em soletrar palavras mais complexas.
3. -Dificuldade em planejar e fazer redações.
4. -Dificuldade para reproduzir histórias.
5. -Dificuldade nas habilidades de memória.
6. -Dificuldade de entender conceitos abstratos.
7. -Dificuldade de prestar atenção em detalhes ou, ao contrário, atenção demasiada a pequenos detalhes.
8. -Vocabulário empobrecido.
9. -Criação de subterfúgios para esconder sua dificuldade.

Ensino Superior/ Universidade

Dificuldades mais identificadas:
-Horários (adiantam-se, chegam tarde ou esquecem).
-Planejamento e organização e -letra cursiva.
-Normalmente tem talentos espaciais (engenheiros, arquitetos, artistas).
-Leitura vagarosa e com muitos erros e falta do hábito de leitura.
Importante observar ainda pessoas adultas cujos sinais de dislexia não foram detectados na fase escolar. Memória imediata prejudicada; dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnomia); dificuldade com direita e esquerda; dificuldade em organização; aspectos afetivos emocionais prejudicados, trazendo como conseqüência depressão, ansiedade, baixa auto-estima e, algumas vezes, o ingresso para as drogas e o álcool, podem sinalizar tal condição.O disléxico tem um ritmo diferente dos não-disléxicos. Portanto, evite submetê-lo a pressões de tempo ou competição com os colegas. É importante estimulá-lo a acreditar no seu potencial. Disléxicos podem se tornar profissionais competentes e levar uma vida saudável.
Agatha Christie, Einstein, Darwin, Franklin Roosevelt, Leonardo DaVinci, Michaelangelo, Robin Williams, Tom Cruise, VanGogh e Walt Disney. O que essas personalidades das mais diversas épocas têm em comum? Todos foram ou são portadoras de dislexia, síndrome que acomete de 10% a 15% da população mundial.









domingo, 3 de outubro de 2010

Poema Falado: Coming

A filósofa existencialista Simone de Beauvoir escreveu em sua obra de referência, O Segundo Sexo, que não se nasce mulher. Torna-se. O mesmo se pode dizer a respeito do homem. Não se nasce homem. Torna-se. Ser mulher ou homem não é um dado natural, uma condição biológica, mas, sim, um papel social que se aprende e apreende ao longo de nossa existência, sobretudo, nos primeiros anos de nossas vidas. O certo mesmo é que seres humanos nascem machos ou fêmeas, como qualquer mamífero, réptil, ave, anfíbio, peixe, inseto ou molusco. Entretanto, a maneira como esses seres humanos machos ou fêmeas se comportam em sociedade resulta de um processo de aprendizagem, que a sociologia chama de socialização. Internalizamos as funções atribuídas para cada sexo de tal modo que passamos a crer que tais funções são determinadas pela natureza e não pela cultura. Daí as ciências sociais fazerem uma distinção entre sexo, uma condição biológica (macho/fêmea) e gênero, um papel social (homem/mulher). Dito desta forma, tudo seria muito simples. Todavia, a vida social não é tão simples assim. Alguns seres humanos, os mais audaciosos, se recusam a internalizar esquemas prontos e acabados do tipo ou isto ou aquilo e ponto final. Não. Por se sentirem livres, transitam entre os gêneros com tamanha desenvoltura que costumam fundir e confundir a cabeça de muita gente. Por isso são desqualificados e, na maioria das vezes, vítimas de toda sorte de perseguição, humilhação e escárnio por “não saberem qual é o seu lugar”. Entretanto, há quem pense que estas pessoas representam o que está porvir. De fato, aqueles que ousam é que são os verdadeiros agentes das mudanças. Os covardes preferem a inércia. Para homenagear a coragem e audácia destes seres humanos ousados, o Poema Falado deste mês traz um texto/música escrito por David Motion, Sally Potter e Jimmy Sommerville, para o filme “Orlando”, dirigido pela Sally Potter e baseado na obra homônima da Virgínia Woolf. A versão em português ficou por conta de Coccinelle, que o traduziu assim: “Estou a chegar! A chegar além! Além de toda e qualquer divisão! Nesse momento de união / Sinto uma enorme euforia / Por estar aqui, agora / Livre, enfim / Sim, livre estou / De tudo o que já passou / E do porvir que acena para mim / Estou a chegar! Estou a chegar! Aqui estou! Nem mulher, nem homem / Somos todos tão somente / Uma única humana face / Somos todos simplesmente / Uma única face humana / Estou na Terra / E também fora dela / Estou a nascer e a morrer”. Veja o vídeo e tenha uma boa audio-leitura (por Sílvio Benevides).