
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Muito além do chinfrim: O Barbeiro de Sevilha em Salvador.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Colaboração de Aline Lombello

Pablo Neruda
Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.
domingo, 5 de setembro de 2010
Poema Falado: Ideias Íntimas (Lira dos vinte anos)
De acordo com a filosofia, o desejo pode ser entendido como uma tensão em direção a um fim considerado uma fonte de satisfação pela pessoa que deseja. Trata-se, pois, de uma tendência algumas vezes consciente, outras vezes inconsciente ou reprimida. Quando consciente, o desejo se configura como uma atitude mental que acompanha a representação do fim esperado. Este, por sua vez, nada mais é do que o conteúdo mental relativo ao ato de desejar. O desejo não pode ser confundido com a necessidade fisiológica ou psicológica que o acompanha por ser o elemento afetivo destes. Na tradição filosófica, o desejo pressupõe carência, indigência. Um ser que não caressesse de nada não desejaria nada. Este ser seria um perfeito, um deus, portanto. Por isso Platão e os filósofos cristãos conceberam o desejo como uma característica de seres finitos e imperfeitos. O Poema Falado deste mês discorre sobre o desejo de amor e gozo por meio dos magníficos versos do Álvares de Azevedo: "Oh! ter vinte anos sem gozar de leve / A ventura de uma alma de donzela! / E sem na vida ter sentido nunca / Na suave atração de um róseo corpo / Meus olhos turvos se fechar de gozo! / Oh! nos meus sonhos, pelas noites minhas / Passam tantas visões sobre meu peito! / Palor de febre meu semblante cobre, / Bate meu coração com tanto fogo"! Boa Leitura.