segunda-feira, 12 de abril de 2010

Bonne Fête, Christiane!






Parabéns minha amiga!
Desejo uma vida com muitas realizações e conquistas e que seu dia
de aniversário seja muito feliz.
Conte SEMPRE com o meu carinho e minha amizade.
Te amo!
Beijos no seu lindo coração!





Durmo ou não?




Durmo ou não? Passam juntas em minha alma

Coisas da alma e da vida em confusão,

Nesta mistura atribulada e calma

Em que não sei se durmo ou não.


Sou dois seres e duas consciências

Como dois homens indo braço-dado.

Sonolento revolvo omnisciências,

Turbulentamente estagnado.



Mas, lento, vago, emerjo de meu dois.

Disperto. Enfim: sou um, na realidade.

Espreguiço-me. Estou bem... Porquê depois,

De quê, esta vaga saudade?


domingo, 11 de abril de 2010

I Marcha Nacional contra a Homofobia - 1º Grito Nacional pela Cidadania LGBT e Contra a Homofobia.



A Direção da Associação Brasileira de Lésbicas , Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT, reunida em 02 de março de 2010, resolveu convocar todas as pessoas ativistas de suas 237 organizações afiliadas, assim como organizações e pessoas aliadas, para a I Marcha Nacional contra a Homofobia, vinda de todas as 27 unidades da federação, tendo como destino a cidade de Brasília. No dia 19 de maio de 2010, será realizado o 1º Grito Nacional pela Cidadania LGBT e Contra a Homofobia, com concentração às 9 Horas, no gramado da Esplanada dos Ministérios, em frente à Catedral metropolitana de Brasília.


Em 17 de maio é comemorado em todo o mundo o Dia Mundial contra a Homofobia (ódio, agressão, violência contra Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – LGBT). A data é uma vitória do Movimento que conseguiu retirar a homossexualidade da classificação internacional de doenças da Organização Mundial de Saúde, em 17 de maio de 1990.

No Brasil , todos os dias , 20 milhões de brasileiras e brasileiros assumidamente lésbicas, gays, bissexuais, travestis ou transexuais -LGBT têm violados os seus direitos humanos, civis , econômicos, sociais e políticos. “Religiosos” fundamentalistas, utilizam-se dos Meios de Comunicação públicos, das Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas, Câmara Federal e Senado para pregar o ódio aos cidadãos e cidadãs LGBT e impedir que o artigo 5 da Constituição federal ( “todos são iguais perante a lei") seja estendido aos milhões de LGBT do Brasil. Sem nenhum respeito ao Estado Laico, os fundamentalistas religiosos utilizam-se de recursos e espaços públicos (escolas, unidades de saúde, secretarias de governo, praças e avenidas públicas, auditórios do legislativo, executivo e judiciário) para humilhar, atacar, e pregar todo seu ódio contra cidadãos e cidadãs LGBT. O resultado desse ataque dos Fundamentalistas religiosos tem sido:

- O assassinato de um LGBT a cada dois no Brasil (dados do Grupo Gay da Bahia - GGB) por conta de sua orientação sexual (Bi ou Homossexual) ou identidade de gênero (Travestis ou Transexuais);

- O Congresso Nacional não aprova nenhuma lei que garanta a igualdade de direitos entre cidadãos(ãs) Heterossexuais e Homossexuais no Brasil;

- O Supremo Tribunal Federal não julga as Arguições de Descumprimento de Preceitos Fundamentais e Ações Diretas de Inconstitucionalidade que favoreçam a igualdade de direitos no Brasil;

- O Executivo Federal não implementa na sua totalidade o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT;

- Centenas de adolescentes e jovens LGBT são expulsos diariamente de suas casas;

- Milhares de LGBT são demitidos ou perseguidos no trabalho por discriminação sexual;

- Travestis, Transexuais, Gays e Lésbicas abandonam as escolas por falta de uma política de respeito à diversidade sexual nas escolas brasileiras;

- Os orçamentos da união, estados e municípios, nada ou pouco contemplam recursos para ações e políticas públicas LGBT;

O Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais e Municipais precisam pactuar e colocar em prática a Política Integral da Saúde LGBT. As Secretarias de Justiça, Segurança Pública, Direitos Humanos e Guardas-Municipais não possuem uma política permanente de respeito ao público vulnerável LGBT, agredindo nossa comunidade, não apurando os crimes de homicídios e latrocínios contra LGBT e nem prendendo seguranças particulares que espancam e expulsam LGBT de festas, shoppings, e comércio em geral.

A 1ª Marcha Nacional LGBT exige das autoridades Públicas Brasileiras :

- Garantia do Estado Laico (Estado em que não há nenhuma religião oficial, as manifestações religiosas são respeitadas, mas não devem interferir nas decisões governamentais)

- Combate ao Fundamentalismo Religioso.

- Executivo: Cumprimento do Plano Nacional LGBT na sua totalidade, especialmente nas ações de Educação, Saúde, Segurança e Direitos Humanos, além de orçamentos e metas definidas para as ações.

- Legislativo: Aprovação imediata do PLC 122/2006 (Combate a toda discriminação, incluindo a homofobia).

- Judiciário: Decisão Favorável sobre União Estável entre casais homoafetivos, bem como a mudança de nome de pessoas transexuais.

Viva a

I Marcha Nacional LGBT contra a Homofobia no Brasil.

1º Grito Nacional pela Cidadania LGBT e Contra a Homofobia

Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - ABGLT

Postado por Coccinelle

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Poema Falado: Brasil que eu amo


Segundo a historiografia oficial, aquela que interpreta a realidade a partir da perspectiva dos dominantes, o Brasil está a completar em 2010 cinco séculos e uma década de existência. Desde a chegada de Pedro Álvares Cabral, que aqui encontrou um porto seguro para atracar a sua nau Capitânia, até nossos dias, são 510 anos de história marcada por mandonismos e cordialidades brutas e banhada por sangue, suor e lágrimas de amargura. Mas a história de um povo, a história de nosso povo, não se resume aos atos de violência e abusos praticados pelos colonizadores contra os nativos, contra os negros, que para cá vieram como escravos, ou contra todo tipo de desvalidos e oprimidos. Nossa história é, também, a história de paixões, amores, delícias, desejos e prazeres de toda ordem. Prazeres trazidos pela aragem de todos os dias, pelo aconchego de corpos em chamas, pelo cheiro de maresia. E é sobre o prazer de ser e pertencer a esta terra toda chã com grandes arvoredos que o Salvador na sola do pé, por meio de poemas falados, irá tecer nestes breves dias de abril as fibras de um tecido chamado Brasil. Brasil por mim amado, não porque seja minha pátria, pois, como já escreveu o Mário de Andrade, “pátria é acaso de migrações e do pão-nosso onde Deus der”. Brasil mui amado porque “é o ritmo do meu braço aventuroso, o gosto dos meus descansos, o balanço das minhas cantigas, amores e danças”. Este é o Brasil que eu amo, este é o Brasil que eu sou, este é o Brasil que eu quero e que me dá muito orgulho. Orgulho de ser, simplesmente. E para dar início às celebrações desse orgulho, o Poema Falado Canção do Exílio, escrito por Gonçalves Dias. Boa Leitura! (por Sílvio Benevides).




Poema Falado: Os Lusíadas


Caminhar pelas ruas da bela e formosa Lisboa foi para mim como encontrar pedaços meus dispersos aqui e acolá. Foi como reavivar lembranças há muito adormecidas e despertar recordações de tempos imemoriais, quando o Brasil não existia sequer no desejo aventureiro dos destemidos corações lusos. Corações de uma gente antes de tudo brava e forte, cuja audácia redesenhou a geografia ocidental, definiu e redefiniu fronteiras, inventou e reinventou línguas, criou e recriou um mundo novo jamais imaginado. Grandes feitos comparáveis tão somente aos feitos dos mitológicos argonautas. Em homenagem ao peito ilustre lusitano, a quem Netuno e Marte obedeceram, e de onde o Brasil brotou, Bienvenue amie juntamente com os blogs O Cantinho de Coccinelle e o Salvador na sola do pé inicia nesse mês de abril uma série de homenagens ao Brasil. O poema de abertura é Os Lusíadas (Canto I, fragmento), do lusitano-mor Luis Vaz de Camões, cuja língua gosto muito de roçar. Boa leitura (por Sílvio Benevides).

Cessem do sábio Grego e do Troiano / As navegações grandes que fizeram; / Cale-se de Alexandro e de Trajano / A fama das vitórias que tiveram; / Que eu canto o peito ilustre Lusitano, / A quem Netuno e Marte obedeceram. / Cesse tudo o que a Musa antiga canta, / Que outro valor mais alto se levanta [...] // Dai-me uma fúria grande e sonorosa, / E não de agreste avena ou flauta ruda, / Mas de tuba canora e belicosa, / Que o peito acende e a cor ao gesto muda; / Dai-me igual canto aos feitos da famosa / Gente vossa, que a Marte tanto ajuda; / Que se espalhe e se cante no universo, / Se tão sublime preço cabe em verso [...] // Dai vós favor ao novo atrevimento, / Pera que estes meus versos vossos sejam, / E vereis ir cortando o salso argento / Os vossos Argonautas, por que vejam / Que são vistos de vós no mar irado, / E costumai-vos já a ser invocado. / Já no largo Oceano navegavam, / As inquietas ondas apartando; / Os ventos brandamente respiravam, / Das naus as velas côncavas inchando; / Da branca escuma os mares se mostravam / Cobertos, onde as proas vão cortando / As marítimas águas consagradas, / Que do gado de Próteu são cortadas, // — «Eternos moradores do luzente, / Estelífero Pólo e claro Assento: / Se do grande valor da forte gente / De Luso não perdeis o pensamento, / Deveis de ter sabido claramente / Como é dos Fados grandes certo intento / Que por ela se esqueçam os humanos / De Assírios, Persas, Gregos e Romanos (por Luís Vaz de Camões).